Em memória.
Ás vezes penso como seria ver a vida com os olhos de um outro alguém. Penso em como tudo deve (e é) injusto. Eu fui criada de uma forma muito boa por meus pais, mas eu fui criada para ser alguém forte. Já quase cai tantas vezes que não mais acredito em o que chamam de Deus. Não acredito como alguém tão poderoso pode deixar tanto mal ocorrer a pessoas que nada fizeram de mal. Não acredito em Deus. Mas eu juro que tentei, fielmente, ter fé quadno rezei por ele. Por aquele amigo meu. Rezei não para que vivesse (porque isso já era impossível) mas para que fosse de forma plena, em paz. Não sei como ele se foi (minha ficha nem ao menos caiu quando recebi a notícia) e não sei se estava em paz. Mas sei que o momento deve ter chegado com alívio. Pensar que alguém, da minha idade, com quem eu convivera durante dois anos só...se foi é algo difícil. Não consigo derramar lágrimas por ele. Não consigo lamentar por ele. Apenas consigo...sentir falta dele. Falta das risadas, das zoações. Falta das conversas sem pretextos e da surra que eu levava no video-game. E quando penso nele me lembro da última vez que o vi com vida. Estávamos nós (Gab, Lena, Bá e eu) na casa da primeira e ele estava lá. Havia saído do hospital e passava um tempo em casa. Abatido, mas feliz, recusou nosso convite para se juntar a nós. Sorriu e disse que o que passava na televisão era mais interessante (mulheres semi-nuas sempre são interessantes). Depois eu fui embora. Sem nem ao menos me despedir corretamente. A última memória que tenho dele com vida foi o seu sorriso safado. Esperava poder tê-lo visto mais vezes.
(Em memória de Diego)
(Em memória de Diego)